Produto utilizado em embalagens -
bisfenol A (BPA) - associado a danos no cérebro em
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Fonte: Endocrinology, 05/12/2005 |
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Pesquisa mostra que o composto químico bisfenol A
(BPA), amplamente usado em produtos tais como embalagem para
alimentos, revestimento de recipiente de leite, tubulação
plástica e até mesmo seladores dentais,
interrompe importantes efeitos do estrogênio no cérebro
em desenvolvimento.
A equipe de pesquisa da University of Cincinnati (UC),
chefiada por Scott Belcher, PhD, mostra efeitos negativos do
BPA no tecido cerebral, mesmo em doses surpreendentemente
baixas. O BPA tem sido freqüentemente relacionado a doenças
ou problemas de desenvolvimento.
"O estudo é o primeiro a mostrar que os rápidos
mecanismos de sinalização estão ativos no
cérebro em desenvolvimento e em amadurecimento, em regiões
não envolvidas com diferenças sexuais ou funções
reprodutivas", disse Dr. Belcher. Há muito tempo,
sabe-se que o BPA age como um estrogênio artificial,
principal hormônio envolvido no desenvolvimento sexual
feminino. Também foi mostrado que o BPA aumenta o
crescimento de células no câncer de mama e de
algumas células no câncer de próstata.
Outros possíveis riscos de longo prazo associados com a
exposição fetal ao BPA têm sido discutidos
na literatura científica.
"Moléculas de BPA são ligados em polímeros
usados para criar policarbonato e resinas de epóxi que
são amplamente usados em muitos produtos", disse
Dr. Belcher, professor associado em farmacologia e biofísica
da célula na UC College of Medicine. "Embora os plásticos
sejam considerados estáveis, os cientistas sabem há
muitos anos que a ligação química entre
moléculas de BPA são instáveis".
Belcher e seus colegas trabalharam com ratos num período
equivalente ao terceiro trimestre do desenvolvimento fetal
humano até os primeiros anos da infância. Embora
seja melhor conhecido por suas funções como hormônio
sexual feminino, o estrogênio também tem
importante papel no desenvolvimento cerebral de homens e
mulheres. Na ausência de estrogênio, o BPA sozinho
mimetiza as ações do estrogênio em neurônios
em desenvolvimento e doses muito baixas de BPA inibiram
completamente a atividade do estrogênio. Como o estrogênio
normalmente reforça o crescimento e regula a
viabilidade de desenvolver neurônios, esses resultados
sustentam a idéia que o BPA pode prejudicar o
desenvolvimento de células cerebrais.
De fato, disse Dr. Belcher, embora altas doses causem pouco
efeito, análise da sinalização de
marcadores celular e molecular de estrogênio revelaram
que o efeito máximo do BPA em neurônios cerebrais
de ratos ocorreu em doses extremamente baixas (0,23 partes por
trilhão) e em questão de minutos. Dr. Belcher
assinala que esse efeito da baixa-dose de BPA é problemático
já que seu efeito máximo ocorre em níveis
típicos da exposição humana..
Isso significa que os efeitos danosos do BPA poderiam não
ser detectados usando as abordagens padrões para
determinar os riscos da exposição química.
"Essas considerações são importantes
em vista da presença difundida de baixas concentrações
de BPA no meio-ambiente," disse Dr. Belcher.
Em estudos prévios mostrando que os estrogênios
podem controlar a sobrevivência de neurônios em
maturação em regiões cerebrais envolvidas
no movimento e coordenação, Dr. Belcher e seus
colegas descobriram que os efeitos do estrogênio eram os
mesmos, tanto em homens como em mulheres.
"A ação do estrogênio nesses neurônios
parecem ser uma faca de dois gumes. Durante certos períodos
de desenvolvimento, o estrogênio pode eliminar
subconjuntos específicos de neurônios, mas em estágios
de desenvolvimento posterior, parece que ele aumenta a sua
viabilidade". A ruptura de qualquer uma dessas ações
do estrogênio pode ser considerado potencialmente danoso".
"Os efeitos estudados no desenvolvimento são
importantes para o desenvolvimento cerebral e também
para o funcionamento normal do cérebro adulto.
Entretanto, permanece obscuro como a sinalização
hormonal inapropriada ou o bloqueio da sinalização
normal em um instante crítico do desenvolvimento,
influenciará mais tarde na vida".
Apesar de mais de 100 estudos publicados sobre os efeitos
danosos do BPA, Dr. Belcher disse que a indústria e agências
regulatórias federais têm resistido em banir o
uso de BPA em plásticos usados como recipientes para
alimentos e bebidas, apesar de estarem disponívies plásticos
sem BPA e outros compostos químicos tóxicos.
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